domingo, 7 de dezembro de 2008

Reflexão Síntese

Faço parte da história da minha escola, trabalho a 17 anos no mesmo lugar e participei de decisões relacionadas às pessoas e as coisas materiais. Sendo que houve momentos que a direção era muito organizada, mas também opressora, com qualidade, mas faltava saber que todos são diferentes, e assim caminhamos com novas direções onde outras pessoas apresentam seu estilo de liderança e algumas pessoas se sobressaem às outras, foi o que aconteceu este ano nas eleições, não houve consenso geral para nova chapa, e pessoas ficaram desgostosas, muitas querendo qualidade e ouras levando para o pessoal.
É de responsabilidade da escola cuidar da vida, do ambiente e das relações e ações dos que nela vivem, e contribuir, de forma organizada e sistêmica, para sua humanização. Somente há vida humana digna onde as pessoas, constroem suas consciências e identidades, convivem na diversidade, se comunicam e exercitam sua condição de humanos e de cidadãos. A escola que assume tal propósito torna-se um ambiente social e público, onde são praticadas relações, interações e movimentos, isto é, de sujeitos que buscam, criam, mudam, questionam, aprendem, tomam consciência e interagem intencional e continuadamente com os outros no espaço social comum. A gestão escolar se dá na base do diálogo e da participação de toda comunidade escolar; se dá na escuta de todos os segmentos e em todos os aspectos da vida escolar (financeiro, administrativo, pedagógico) na garantia da realização dos encaminhamentos feitos, na fiscalização dos mesmos e na constante avaliação da gestão e dos setores escolares.
É do gestor a função de garantir os meios e os recursos para esta participação; de administrar as verbas recebidas com responsabilidade e transparência, de participar da elaboração da PPP e da divulgação da mesma e comunidade escolar. Gestor é o coordenador da escola-instituição, pois sua prática sustenta-se numa ética e numa pedagogia orientada, para torná-lo-se, para o sendo e para vi-lo-a-ser. Predominam, nesse ambiente, valores tais como diversidade, identidade, alteridade, pluralidadeco-responsabilidade, democracia. Entre as pessoas e entre elas e a escola instaura-se um movimento intencional e intersubjetivo que move relações, ações e coisas.. A escola é uma organização orientada pela heterodeterminação, em que as coisas sobrepõem-se às pessoas, o indivíduo ao coletivo, o privado ao público, o competitivo ao cooperativo, a hierarquia e centralização à coordenação e participação. Sob essa mesma orientação, ensinar sobrepõe-se ao saber e ao aprender, o plano ao projeto, o pragmatismo e a memorização à dúvida, investigação, reflexão e formação. Gestores e educadores utilizam-se dos saberes e recursos existentes, instituídos, como ponto de partida e movimento para gestar, formar, instituir novos conhecimentos e novos comportamentos. A escola, portanto, não nasce como tal, torna-se escola na medida em que se abre para, que incorpora e é incorporada pela sociedade. Isto é, a escola torna-se instituição na medida em que os instituintes a reconhecem e, como tal, se comprometem. A cultura da participação na escola não se forma por si, nem se adquire por determinação externa. É um intenso exercício de conscientização e de práticas que devem permear todo o processo educativo-pedagógico de todos quantos fazem da educação sua profissão. Conscientização é um exercício de observação e de reflexão sobre a condição humana, quer no contexto mais amplo, quer de si próprio. O esforço para a compreensão dessa condição requer dos educadores formação e sensibilidade sobre essa questão, sem o que não se educará para uma participação efetiva, tanto dos alunos quanto dos pais e da comunidade.
A organização escolar esta em constante processo de transformação, acompanhando a existência da produção dos homens, de seu modo de produção, ao se transformar seu modo de produção, suas mudanças também são acompanhadas por toda organização social, jurídica e política.

A direção e vice estão sempre presentes no cotidiano da escola. As atividades de direção são realizadas com apoio da supervisão pedagógica e da Orientação Educacional. Todos os setores se apóiam no objetivo da qualidade do ensino. O clima de relacionamento interpessoal na escola é bom, temos momentos de conflitos, mas procuramos resolver na conversa e na paciência, seja entre alunos ou professores.
Não há diferenciação entre as turmas por parte dos professores, pois montamos as turmas juntas e procuramos deixa-las montadas com igualdade, seja o número de alunos ou na distribuição de dificuldades existentes. Mas às vezes surgem comentários de certa turma sempre ter problemas ou a professora foi privilegiada.
O espaço da escola é amplo e bem distribuído, organizado de forma a qualificar e ajudar a aprendizagem alunoxprofessorxaluno, com ambientes diferentes como a biblioteca, brinquedoteca, pracinha, campo, quadra, horta e área coberta.
O Serviço de Orientação educacional junto com a Supervisão e professores trabalha sem descanso procurando encaminhar os conflitos, buscando alternativas junto aos pais, Conselho Tutelar, Psicólogos e especialistas disponíveis na rede pública ou quando possível para a família na rede particular. Os alunos trazem sua história para escola, que por sua vez fica de mãos amarradas diante de tantos problemas que quando possível vai sendo mudado em longo prazo, tornando-se muitas vezes desgastante para todos. Mas alguns profissionais têm dificuldades de se reciclar, pois tem alunos que precisam de algo novo, ou até mesmo turmas, atividades diferenciadas, técnicas e mesmo estando claro no PPP e RE, o profissional resiste a mudar, e o conflito em sua sala continua. Recursos é o que mais temos na escola, seja livros, polígrafos, especialistas interessados em ajudar, ficamos doentes em nossa individualidade, esquecemos que trabalhar com pessoas requer reflexão, busca, respeito, limites e sensibilidade.

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